Dedicamos
este poema, que é na verdade uma metáfora ou uma parábola, a todos os trabalhadores
que acreditam que o certo é que os patrões tomem conta da sociedade e do
governo. Para os eleitores que acreditam na falsa ideia do rouba mas faz, que
acreditam na lenda de que o melhor para os pobres é que os ricos governem, como
fizeram a maioria dos eleitores na capital do Estado de São Paulo, em outras
capitais e em tantas cidades do interior.
Ao mesmo tempo este poema pertence
aos milhões de eleitores e de trabalhadores que sabem por experiência que não
se deve colocar os lobos para cuidar das ovelhas, nem a raposa para tomar conta
do galinheiro, por
isto, votaram de acordo com suas consciências: Não importa se nulo, branco ou naquele
candidato que está mais próximo dos seus sonhos de uma sociedade na qual viveremos
do nosso próprio trabalho sem sermos explorados por ninguém.
Se os tubarões fossem homens
A menina filha da
dona da pensão perguntou ao senhor Keuner: - Se os tubarões fossem homens, eles
seriam bonzinhos para os peixinhos?
- Claro! Respondeu
o Senhor K.
Se os tubarões
fossem homens, eles fariam construir resistentes caixas no mar para os peixes
pequenos com todos os tipos de alimentos dentro, tanto vegetais, quanto
animais.
Eles cuidariam para que as caixas tivessem água sempre renovada e adotariam todas as providências sanitárias cabíveis. Se por exemplo, um peixinho ferisse a barbatana, imediatamente ele faria uma atadura a fim de que não morresse antes do tempo.
Para que os
peixinhos não ficassem tristonhos, eles dariam cá e lá uma festa aquática, pois
os peixes alegres tem gosto melhor que os tristonhos.
Naturalmente
também haveria escolas nas grandes caixas, nas aulas os peixinhos aprenderiam
como nadar para a goela dos tubarões.
Eles aprenderiam,
por exemplo, a usar a geografia para aprender a encontrar os grandes tubarões deitados
preguiçosamente por aí. O objetivo principal das aulas seria naturalmente a
formação moral dos peixinhos.
Eles seriam ensinados de que o ato mais grandioso e mais belo é o sacrifício alegre de um peixinho, e que todos eles deveriam acreditar nos tubarões, sobretudo quando esses dizem que velam pelo belo futuro dos peixinhos.
Se encucaria nos peixinhos que esse futuro só estaria garantido se aprendessem a obediência.
Antes de tudo os peixinhos deveriam guardar-se de qualquer inclinação baixa, materialista, egoísta e marxista e denunciaria imediatamente aos tubarões se qualquer deles manifestasse essas inclinações.
Se os tubarões
fossem homens, eles naturalmente fariam guerra entre si a fim de conquistar
caixas de peixes e peixinhos estrangeiros.
As guerras seriam conduzidas pelos seus próprios peixinhos. Eles ensinariam os peixinhos que entre eles e os peixinhos de outros tubarões existem gigantescas diferenças, eles anunciariam que os peixinhos são reconhecidamente mudos e calam nas mais diferentes línguas, sendo assim impossível que entendam um ao outro.
Cada peixinho que
na guerra matasse alguns peixinhos inimigos
Da outra língua, silenciosos, seria condecorado com uma pequena ordem das algas e receberia o título de herói.
Da outra língua, silenciosos, seria condecorado com uma pequena ordem das algas e receberia o título de herói.
Se os tubarões fossem homens, haveria entre eles naturalmente também uma arte, haveria belos quadros, nos quais os dentes dos tubarões seriam pintados em vistosas cores e suas goelas seriam representadas como inocentes parques de recreio, nos quais se poderia brincar magnificamente.
Os teatros do fundo do mar mostrariam como os valorosos peixinhos nadam entusiasmados para as goelas dos tubarões.
A música seria tão
bela, mas tão bela, que os peixinhos sob seus acordes, a orquestra na frente,
entrariam em massa para as goelas dos tubarões sonhadores e possuídos pelos
mais agradáveis pensamentos
Se os tubarões fossem homens, Também haveria uma religião no fundo do mar e os peixinhos aprenderiam que só na barriga dos tubarões é que começaria verdadeiramente a vida.
Ademais, se os tubarões fossem homens, também acabaria a igualdade que hoje existe entre os peixinhos, alguns deles obteriam cargos e seriam postos acima dos outros.
Os que
fossem um pouquinho maiores poderiam inclusive comer os menores, isso só seria
agradável aos tubarões pois eles mesmos obteriam assim constantemente maiores
bocados para devorar e os peixinhos maiores que deteriam os cargos valeriam
pela ordem entre os peixinhos menores para que estes chegassem a ser,
professores, oficiais, engenheiro da construção de caixas e assim por
diante.
De fato, só haveria civilização no mar, se os tubarões fossem homens.
Histórias
do Senhor Keuner
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