domingo, 28 de abril de 2024

A Degradação humana : racismo, misoginia, xenofobia e transfobia na sociedade do capital.

 Iniciamos nossa reflexão trazendo um exemplo da degradação humana a que estamos sujeitos, desta vez em outra área da sociedade do capital diferente da que trataremos no texto (entretenimento), a política burguesa. Apreciem com moderação a solução para os males atuais apresentada por este ser miserável, um verdadeiro expoente da mediocridade humana que grassa pelos quatro cantos do planeta...

"Este país não precisa de mais projetos de lei. Este país não precisa mais de emenda. Este país precisa de homens com testosterona. É isso que esse país precisa..."                            

  Nikolas Ferreira




Propomos uma reflexão sobre um vídeo do Humorista Tiago Santineli. Clic neste link para ver o vídeo antes de ler nossas observações: 

LACRAÇÃO NO HOMEM-ARANHA 😭


Vejamos o que nós Divergentes temos a dizer!

 

Os homens adultos preconceituosos que jogam videogame (como o do vídeo) assim como tantos outros, reclamam da chamada lacração que segundo eles estaria destruindo a sociedade, o que de fato equivale a afirmar de forma velada: - “sou racista, misógino, xenófobo, transfóbico...” e toda podridão em forma de preconceito!

 Pelas redes sociais podemos encontrar casos como o de um outro gamer que ficou alucinado pelo simples fato do Homem-Aranha em seu novo jogo – Marvel’s Spider-Man 2- ter como personagem mais relevante o Miles Morales e não Peter Parker. Tal fato o deixou transtornado devido ao fato da Mary Jane - mulher trabalhadora, jornalista – resolver por si seus próprios problemas, em lugar de se fazer presente a Gata Negra - uma mulher com uma roupa coladíssima ao corpo. A verdade é que para esse povo reacionário e enrustido, só pode existir o padrão de beleza burguês com homens brancos sheipados e mulheres seminuas. Talvez já tenha passado da hora e seja relevante nos perguntarmos sobre quais seriam os motivos que levam um ser humano adulto chegar ao ponto de se incomodar com tais questões, que tipo de sociedade é essa na qual a degradação humana é tão acentuada e com pessoas tão ridiculamente medíocres?!

Todo aquele que se volta contra o que é diferente - ou seria humano? - e vive a incomodar-se com o “politicamente correto”, no fundo é um reacionário e quer ter o "direito" de ser racista, transfóbico, enfim, de excluir os que não considera humanos, e defende que a exploração da humanidade por uma pequena parcela da população na sociedade do capital, prossiga sem freios...

Para aqueles que são a favor do respeito as diferenças, os chamados progressistas – leia-se principalmente os socialdemocratas -, o capital deve incluir todos como seres humanos, mas eles abstraem ou ignoram propositalmente um fator importantíssimo: O essencial para que o capitalismo prossiga vivo e forte, ele necessita da exploração de todos nós como portadores de capacidade de trabalho. Pouco importa para o ser do capital, o sexo, a cor da pele, a orientação sexual etc., de cada ser humano. Na porta de entrada do modo de produção capitalista há uma grotesca inscrição: "Arbeit macht frei" ("o trabalho liberta ou nos torna livres"); se na democracia burguesa a inscrição estará colorida e enfeitada com a inclusão e aceitação de todos na “roda de moer gente do Capital”, se na forma ditatorial, estará nua e crua como uma bofetada na cara do proletariado.

Por isso, dizemos: é obvio que para a sociedade burguesa, a inclusão de todos mostrará que no capitalismo tudo correrá maravilhosamente bem, visto que, com isso ela vai continuar legitimando a valorização do valor, servindo-se das "pautas identitárias" para vender mercadorias e explorar a força de trabalho sem limites; lucrando com a venda de filmes, cadernos, fantasias etc.

“A degradação humana aumenta na proporção direta a valorização do mundo das mercadorias.” Ou seja, quanto mais o capitalismo se coloca como defensor das identidades mais ele se valoriza e mais degenerada se torna a condição da humanidade.

Por isso, todo aquele que se volta contra o que é realmente característico do nosso ser -a diversidade-, no fundo é um reacionário e quer ter o "direito" de excluir a maior parte da humanidade de ser reconhecida humanamente.

Não temos nenhuma dúvida do quão importante é para as crianças, como nos demonstra Santinelli, o reconhecimento de sua identidade, de ser parte da humanidade. Evidencia-se assim que é realmente mágico para quem raramente o obteve, aquilo que deveria ser rotineiro: imagine que você nunca se viu em lugar algum de forma positiva a não ser em seus amigos e familiares do seu entorno, e de repente você se enxerga no seu herói favorito, quão avassalador deve ser o impacto desta visão, principalmente para sua autoestima. Agora sim ela/ele pode se considerar um ser humano incrível, e isso meus caros, os reacionários não toleram.

Temos que tomar muito cuidado para que tal encantamento não crie uma ilusão na nossa classe, e não a faça acreditar que ao ser reconhecida nas suas diferenças e por direito e merecimento, respeitada por isso, seus problemas estarão resolvidos. Na aparência pode ser que sim, pois ao conquistar o direito de vender sua força de trabalho e receber salários iguais para trabalhos iguais sem nenhuma forma de discriminação, ela poderá ter uma vida mais digna, afinal, agora "estarão" nas propagandas, anúncios e em todos os cargos e funções da sociedade do capital.

Mas a questão que nos preocupa é que se fosse algo que pudesse ser solucionado pelo capital com a educação e pelas oportunidades iguais para todos, ou seja, pela competição em iguais condições, pelo individualismo, você acha que   não o teriam feito a muito tempo? Pensamos que é a mesma falsa cura para todos os males pela milésima vez indicada, e assim dia após dia a degradação humana persiste arruinando a vida da nossa classe

E o que nós divergentes temos a acrescentar sobre tal questão?

Divergimos totalmente dos reacionários; e em comum com os progressistas temos a convicção de que toda a pluralidade é o que de fato nos faz humanos, no entanto, entendemos que a causa principal do problema é a sociedade do capital, portanto, a solução não será apenas  a adoção de uma atitude progressista e que com esta poderemos vir a ter um salto de consciência e aderir a luta pelo real fim da exploração e opressão.

Contra fatos não há argumentos. A verdade é que historicamente, tanto os reacionários quanto os progressistas (principalmente os socialdemocratas, que têm apoiado e defendido o capital com unhas e dentes, muitas vezes sendo coniventes com as ditaduras e o reacionarismo como males necessários), em última instância acabam se tornando um grande mal para a nossa classe, sua emancipação e para a destruição de toda forma de opressão, tudo que num primeiro momento dizem combater!

Para nós, só há uma maneira de ir à raiz de todas as formas de opressão e defender as mais diferentes formas de ser da humanidade: combatendo a exploração humana!

Contra a exploração humana só há a emancipação humana como solução!

Estamos num tempo de reconstruir laços, de nos unirmos e confiarmos somente em nós mesmos plantando a semente da organização para que no futuro toda forma de ser expresse a regra e não a exceção, uma sociabilidade humana de fato.

Encerramos com o exemplo emblemático de Fred Hampton (no vídeo abaixo), membro do Partido dos Panteras Negras demonstrando quem é nosso real inimigo, o capital, este sim nos explora de maneira brutal, perpetuando uma sociedade onde os reacionários como Nikolas Ferreira se sentem muito bem a vontade para oprimir e expor a mais brutal degradação humana por meio de suas palavras/ações e, pasmem, agora com o diferencial de nos trazer como a grande solução do século, um hormônio!




Todo poder para nossa classe proletária!

 

 

 

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