quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

BRUMADINHO





By Acrísio Mota


Bravos e bravas.

As contradições sociais se acirram e os acontecimentos sucedem velozmente.

Reflito neste minuto sobre a comoção nacional acerca da mais nova tragédia ambiental, essencialmente humana, sofrida pela população trabalhadora de Minas Gerais, com o rompimento da barragem em Brumadinho.

O incentivo à reflexão foi uma reportagem na GloboNews, em que o âncora, Bournier, deslocado para o local da tragédia, entrevista o velho jornalista, militante político, hoje ambientalista, Fernando Gabeira.

Ao ouvir a resposta de Gabeira, isentando a mineradora Vale, de mais esse crime contra a humanidade, pelo fato de a mesma "ter construído o restaurante no caminho da larva, o que assegura que a mineradora acreditava piamente que não havia risco", ao ouvir essa do velho militante Gabeira, o meu "tonel" encheu.

Encheu de ver tantas análises, de jornalistas, militantes políticos e ambientalistas, todas elas abordando, com extrema superficialidade o fato, algumas até chegando ao absurdo, como Gabeira, de afirmar que ninguém é responsável, muito menos a Vale.

É triste constatar a unanimidade nacional formada para esconder o verdadeiro responsável por mais esse crime contra a humanidade, tão óbvio para quem estuda um pouco a ciência social de conteúdo histórico dialético, mas absolutamente invisível para o conjunto da militância política brasileira, embalada nesta cruzada em defender o verdadeiro responsável, o verdadeiro criminoso.

Todos envolvidos nessa "paixão futebolistica", totalmente irracional, não se dão conta de que escondem o verdadeiro criminoso.

Mesmo os que, apressados, lançam a consigna de "Estatização da Vale Já".

Em nenhum deles, nenhuma palavra sobre o sistema do capital, que transforma gente em peças mecânicas, descartáveis, e tem como meio e fim de existência, o L U C R O. Somente a necessidade objetiva de defender o lucro a qualquer custo, explica mais esse crime.

Claro que precisamos exigir a punição dos indivíduos criminosos, seja nos poderes executivos, que afrouxam a fiscalização e o licenciamento, à base de propina; seja no legislativo, que barram os projetos de aperto na legislação, por que os deputados são financiados pelas mineradoras; seja na imprensa, por que toda ela é financiada por essas mineradoras, todas elas, verdadeiras organizações criminosas.

Mas a questão que fica é uma só.

Vamos ficar no combate aos criminosos, ou vamos destruir a fábrica deles, o sistema capitalista?????




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