By Acrísio Mota
Bravos e bravas.
As contradições sociais se acirram e os acontecimentos
sucedem velozmente.
Reflito neste minuto sobre a comoção nacional acerca
da mais nova tragédia ambiental, essencialmente humana, sofrida pela população
trabalhadora de Minas Gerais, com o rompimento da barragem em Brumadinho.
O incentivo à reflexão foi uma reportagem na
GloboNews, em que o âncora, Bournier, deslocado para o local da tragédia,
entrevista o velho jornalista, militante político, hoje ambientalista, Fernando
Gabeira.
Ao ouvir a resposta de Gabeira, isentando a mineradora
Vale, de mais esse crime contra a humanidade, pelo fato de a mesma "ter
construído o restaurante no caminho da larva, o que assegura que a mineradora
acreditava piamente que não havia risco", ao ouvir essa do velho militante
Gabeira, o meu "tonel" encheu.
Encheu de ver tantas análises, de jornalistas,
militantes políticos e ambientalistas, todas elas abordando, com extrema
superficialidade o fato, algumas até chegando ao absurdo, como Gabeira, de
afirmar que ninguém é responsável, muito menos a Vale.
É triste constatar a unanimidade nacional formada para
esconder o verdadeiro responsável por mais esse crime contra a humanidade, tão
óbvio para quem estuda um pouco a ciência social de conteúdo histórico dialético,
mas absolutamente invisível para o conjunto da militância política brasileira,
embalada nesta cruzada em defender o verdadeiro responsável, o verdadeiro
criminoso.
Todos envolvidos nessa "paixão
futebolistica", totalmente irracional, não se dão conta de que escondem o
verdadeiro criminoso.
Mesmo os que, apressados, lançam a consigna de
"Estatização da Vale Já".
Em nenhum deles, nenhuma palavra sobre o sistema do
capital, que transforma gente em peças mecânicas, descartáveis, e tem como meio
e fim de existência, o L U C R O. Somente a necessidade objetiva de defender o
lucro a qualquer custo, explica mais esse crime.
Claro que precisamos exigir a punição dos indivíduos
criminosos, seja nos poderes executivos, que afrouxam a fiscalização e o licenciamento,
à base de propina; seja no legislativo, que barram os projetos de aperto na
legislação, por que os deputados são financiados pelas mineradoras; seja na
imprensa, por que toda ela é financiada por essas mineradoras, todas elas,
verdadeiras organizações criminosas.
Mas a questão que fica é uma só.
Vamos ficar no combate aos criminosos, ou vamos
destruir a fábrica deles, o sistema capitalista?????
Nenhum comentário:
Postar um comentário