Se você leu o artigo sobre o fracasso escolar em nossos dias, vai saber que melhor do que repetir a ladainha das palestras de motivação pra vender curso técnico e de treinamento de vendedores para motivar os estudantes de nossas escolas públicas a competição e concorrência, é encontrar outra saída que mire a cooperação.
A maioria dos empregos gerados nos últimos 10 anos foi para quem tinha menor escolaridade, portanto, precisamos de uma alternativa mais honesta para motivar nossos estudantes. O poema a seguir é uma alternativa muito interessante. O autor afirma que é preciso saber tudo para assumir o comando. De fato, assumir o comando da própria vida é um bom começo, uma grande razão para estudar.
Você pode ler ou pedir que cada um leia um verso enquanto vai apontando os recados precisos e a mensagem central do poeta. Também pode esperar o final da leitura e dialogar com eles procurando diagnosticar a compreensão dos estudante sobre o poema. Aconteça o que acontecer, não deixe o pós-modernismo te dominar com aquela ideia de que cada um que entenda como quiser. A mensagem do autor é clara: O conhecimento permite que os estudantes assumam o comando da vida. O trabalho com este poema costuma ser uma rica experiência em sala de aula.
Boa leitura.
Boa leitura.
Elogio do Aprendizado
Aprenda o mais simples!
Para aqueles cuja hora chegou
Nunca é tarde demais!
Aprenda o ABC; não basta, mas aprenda!
Não desanime! Comece! É preciso saber tudo!
Você tem que assumir o comando!
Aprenda, homem no asilo!
Aprenda, homem na prisão!
Aprenda, mulher na cozinha!
Aprenda, ancião!
Você tem que assumir o comando!
Freqüente a escola, você que não tem casa!
Adquira conhecimento, você que sente frio!
Você que tem fome, agarre o livro: é uma arma.
Você tem que assumir o comando.
Não se envergonhe de perguntar, camarada!
Não se deixe convencer!
Veja com seus próprios olhos!
O que não sabe por conta própria, não sabe.
Verifique a conta É você que vai pagar.
Ponha o dedo sobre cada item
Pergunte: o que é isso?
Você tem que assumir o comando.
Bertold Brecht. Poemas 1913-1956. São Paulo. Brasiliense, 1986. p. 121.
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