sábado, 12 de março de 2016

Alerta Vermelho aos Gestores e Trabalhadores da Educação em Geral


Quem cala consente.”  “Quem morre quieto pisado é sapo. (Ditado popular)

Em artigo publicado em fevereiro (4), o NORTE trouxe um perfil do novo Secretário da Educação. Uma de suas “qualidades” descrita por nosso “colaborador” foi a de ter reduzido o número de funcionários de 1,3 mil para 900 e os custos de funcionamento do Tribunal de Justiça de São Paulo “sem prejuízo dos serviços”. Segundo o novo Secretário o problema do tribunal não era a falta de dinheiro e de funcionários e sim a gestão.

O artigo era um alerta. Estávamos seguros de que ele utilizaria os mesmos princípios no comando da Secretaria de Educação de nosso Estado. Lamentavelmente estávamos certos. Vejamos. Os trabalhadores da limpeza e da administração, inspetores de alunos que se aposentam ou se afastam por problemas de saúde ou de termino de contrato não tem sido substituídos e o número de coordenadores por escola foi reduzido.

O governador do Estado não renovou o contrato de locação das impressoras deixando os professores sem condições de fazer cópias para ajudar no processo de ensino e avaliação, grande número de salas de aula foram eliminadas, com centenas de Escolas tendo o período noturno fechadas.

Os professores que passaram no último concurso aguardam ansiosos a convocação para a posse. Nem é preciso falar que grande parte das escolas tem superlotação nas salas, o que reduz o número de turmas e de professores.

Outra alerta que o artigo fez foi a de que o novo Secretário procuraria responsabilizar os professores e gestores pelo fraco desempenho dos alunos e pela solução dos problemas cotidianos que tem origem nas questões sociais e de infraestrutura em nossas escolas. Dito e feito. As equipes de gestão, principalmente os diretores tem que manter a escola atendendo pais e alunos o dia inteiro, manter a Secretaria funcionando com pagamento e toda a parte burocrática da vida funcional e dos alunos em dia com número reduzido de funcionários.

 Isto sobrecarrega quem está trabalhando e provoca problemas no atendimento aos alunos e pais e no trabalho dos professores por desvio de função, por exemplo. Os funcionários da Secretaria são deslocados para cuidar dos alunos, funcionando como inspetores e para atender o público e os inspetores vão atender pais e fazer serviços de secretaria.

As vezes os próprios gestores, diretores e coordenador@s assumem o trabalho dos inspetores. O resultado é que a escola vai funcionar, mas não atingirá as metas previstas pela Secretária da Educação. E no final a gestão e os professores serão responsabilizados por este resultado.

Mas digamos que tudo dê certo e a escola funcione a contento. Bom, o Secretário da Educação dirá que ele está certo e que que o problema não é falta de funcionários e sim a gestão. Se conselho fosse bom a gente vendia, “diz o dito popular”, mesmo assim, meus amig@s, nós vamos aconselhar.

Os gestores têm que mostrar aos pais e alunos que as escolas que administram têm falta de funcionários. Isto pode ser feito deixando a Secretaria fechado durante um período determinado ou por algumas horas com o recado: Estamos sem funcionários, ou podem fazer reuniões de pais e expor este problema. O professores e funcionários podem fazer a mesma coisa. Afinal falamos com os alunos todos os dias e podemos dizer para eles o que realmente está acontecendo. Temos que denunciar sem entrar nas disputas partidárias pelo poder. É tarefa do Estado prover as Escolas de funcionários para garantir uma educação de qualidade e condições de trabalho razoáveis e isto nós temos que cobrar e denunciar.

Temos que alertar os Sindicatos de Trabalhadores da Educação para fazer esta denúncia pública. Mas já avisamos que não adianta fazer reunião em praça pública e fazer um monte de discurso sobre a influência pérfida do neoliberalismo no nosso Estado. Já ouvimos isto há mais de 20 anos e deu no que deu. Temos que mostrar isto em cada escola do Estado, fechando as Secretárias por tempos determinados, e se for o caso, deixando as salas de aula sem limpar por exemplo,  mostrando aos pais, falando todos os dias com os alunos e explicando o porquê deste estado.

Como disse Lisagaray sobre a Comuna de Paris de 1871: Não há nada melhor para a defesa dos vencidos e oprimidos do que o simples e sincero relato de sua História.

 NORTE: Março de 2016

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